Se 2017 foi uma loucura, imagina 2018…

Fernanda Bernardo
8 min readDec 31, 2018

Se o ano de 2017 foi uma loucura, não tenho nem palavras para falar como que foi o ano de 2018. Mas esse ano, foi um ano de começar a definir coisas, definir caminhos e abrir novos também.

O ano começou de verdade com a criação do Help4Papers, projeto que hoje estou investindo muitas forças nele e que mudou diversas vezes. Mas vou deixar pra falar dele mais pro final.

Pulando o Help4Papers, o ano começou com algo super importante! Lá em março, eu consegui lançar o meu primeiro curso. Pra alguns pode parecer algo simples, para outros algo super complexo, mas para mim tiveram 3 desafios envolvidos:

- Enfrentar o medo da câmera;

- Organizar um conteúdo completo, com começo, meio e fim para ensinar para alguém;

- E tirar um projeto do papel.

Vou explicar cada uma dessas coisas, que me abriram caminho para outras coisas ao longo desse ano e que já estão abrindo portas para o ano que vem.

Começando pela câmera… Eu sempre fui uma menina extremamente tímida, com um medo absurdo de me expor. Enfrentar palestras e grandes públicos pra mim, já tinham sido desafios enfrentados ao longo dos outros anos (escrevi alguns posts sobre isso: 1, 2, 3), mas bastava colocar uma câmera na minha frente, sem nenhuma pessoa sequer e eu simplesmente travava. Ficava algo artificial, travado, ou nem saia nada mesmo. E um dos propósitos de tirar um curso do papel, foi enfrentar esse medo da câmera. Você não tem ideia de quantas vezes eu refiz vídeos, editei, falei coisas erradas, estressei com o papagaio da vizinha que cismava em gritar na hora que estava saindo alguma coisa, enfim, MUITOS aprendizados! E o mais importante, o curso saiu! Eu enfrentei mais um medo e mais um desafio. Ficou bom? Muita gente diz que sim, mas quando eu assisto meu curso novamente eu acho simplesmente uma tragédia.

Eu zoando para tentar discontrair e gravar o meu curso

E, com isso, a grande lição que eu aprendi, é:

Finalizar coisas, e tirar elas de verdade do papel.

Porque na minha opinião, o curso não ficou bom, poderia regravar vários vídeos (eu sou muito exigente comigo mesma), mas uma coisa que eu definitivamente aprendi esse ano foi:

Feito é melhor que perfeito!

Nada jamais estaria perfeito para mim, principalmente pelo medo de lançar, de mostrar para os outros, mas depois de 5 longos meses, eu finalmente lancei o curso! E pra mim foi sensacional, foi enfrentar um milhão de medos internos, além dos que eu já citei, pode colocar no pacote o pior de todos: a síndrome do impostor.

E vou te contar, que a síndrome do impostor é uma das piores coisas que ainda me acompanham até hoje e que eu estou tentando me livrar e que me levaram a uma crise de burnout recentemente. Mas vou chegar lá.

Continuando, esse ano eu dei 20 palestras (bati o recorde de palestras do ano passado) em diferentes estados e cidades (Fortaleza, Belo Horizonte, Feira de Santana, Sorocaba, Campinas, …). E tive duas primeiras vezes nesse processo:

- Apresentei um evento

- Interagir com o público

Apesar de muita gente duvidar das minhas capacidades (por ser mulher e ser “muito nova”, e estou dizendo isso só porque já ouvi esses questionamentos várias vezes), o maior público que já dei palestra foi para a BrazilJS (2016 e 2017) com 2 mil pessoas. E esse ano eu apresentei dois eventos: o Front in Vale e o ABC Dev.

Quero abrir um parênteses para falar sobre o Front in Vale. O Michel Amaral (organizador) sempre botou muita fé em mim e me abriu muitas portas. Eu já fui 3 vezes ao Front in Vale, e na primeira vez dei uma palestra de 10 minutos sobre um jogo em CSS, na segunda vez fui convidada pela primeira vez a dar uma palestra e de 50 minutos e dessa última vez para apresentar o evento. Falando sobre essa experiência, eu amei fazer isso! Tinham 400 pessoas em um teatro, e eu não apresentei o evento da forma tradicional, apenas chamando os palestrantes, eu fiz diversas dinâmicas para estimular as pessoas a se comunicarem. Você sabe o que é fazer 400 pessoas saírem de um evento falando com pelo menos uma pessoa nova? Pois é… eu consegui fazer isso e me deixa emocionada só de lembrar!

Fazer 400 pessoas conversarem com pessoas novas, foi incrível!

Apresentar um evento é algo que eu amei fazer e quero poder fazer mais vezes, é uma dinâmica mega diferente de uma palestra, mas é sensacional. Além de que, eu pude estimular diversos pontos da comunicação.

Continuando meu ano… 2018 foi o ano que eu decidi voltar a dar atenção ao meu inglês. Sempre me achei péssima no inglês e nunca foi algo que eu gostasse de estudar. Mas isso era algo que já estava batendo na porta faz tempo, e comecei a fazer aulas com o Phillipe Soares da Ih, Aprendi!

Eu costumo brincar que ele não me ensinou inglês, mas ele me ajudou a perder o medo de falar. Comecei a ir aos meetups da Ih, Aprendi! e foi lá que eu entendi que o mais importante era fazer com que a outra pessoa me entendesse e que jamais vou falar um inglês 100% perfeito (não faço isso nem no português, que é minha língua nativa 🙄). E o Phillipe Soares, o meetup e o inglês me possibilitaram ter uma experiência totalmente louca no final de julho no Pará e em Manaus.

Fui convidada para palestrar no BrazilJS Conf on the road Manaus. Estava no avião, indo para lá, e por causa das chuvas, o aeroporto de Manaus fechou e fui parar no aeroporto mais próximo, ou seja, em Belém, no Pará. Naqueles ônibus, indo do avião para o aeroporto, sentei ao lado do Vernon, um sul africano que estava indo passar as férias em Manaus, e que depois eu descobri que tinha ido com mais 3 amigos (Karushan, Laison e Thesan). Eles estavam totalmente perdidos e eu comecei a tentar explicar para eles o que estava acontecendo e porque estávamos no Pará.

Depois disso, deixei eles e fui para a fila interminável para reagendar o voo. Eram 3 da madrugada, do dia do evento, e o próximo voo para Manaus seria apenas às 18h do mesmo dia. Ou seja, perderia o evento 😢 Não tinha o que fazer, só esperar. Eles vieram de novo falar comigo para entender o que estava acontecendo e o que precisavam fazer. Me convidaram para tomar um café com eles, e fui lá com eles, precisava muito me manter acordada. Ficamos conversando um bom tempo, e nessa hora, já tinha até esquecido que eu "não sabia falar em inglês.

Depois de pegar meu voucher para o taxi e hotel, estava quase indo embora, mas vi os 4 sul africanos passando apuros para falar com a mulher do aeroporto. Fui lá oferecer minha ajuda, e eles me agradeceram muito. Conclusão, fiquei como guia deles em Belém. Pegamos um taxi, e o taxista me ofereceu um pacote para conhecer os principais pontos turísticos de Belém até a hora do almoço por um preço bem bom. Os sul africanos toparam, fomos para o hotel, só arrumar as coisas, tomar café e saímos para conhecer Belém.

Que experiência! O taxista foi nosso guia turístico, e eu ia traduzindo coisas que nem eu sabia para eles (até porque eu também não conhecia Belém). Nessas horas, mímicas, onomatopéias, translator, tudo serviu para que a gente se entendesse e se comunicasse.

Agora imagina nós 5 em um shopping, no meio da C&A tentando comprar um chip pra eles? Eles queriam UM chip para os QUATRO usarem internet durante duas semanas. E eu era a intérprete. Foi muito engraçado fazer o intermédio entre a atendente e eles.

Experiência com 4 sul africanos em Belém, Pará

Resumindo… no final do dia, meu cérebro estava dando tilt (Eu estava sem dormir a dois dias, e passei o dia inteiro falando português e inglês), mas eu ganhei 4 amigos do outro lado do mundo, e descobri que eu consigo sim falar inglês. Não é perfeito, mas eu consegui conhecer e ganhar 4 amigos sul africanos. E é isso que o Phillipe Soares ensina, de uma forma totalmente diferente, o inglês nas suas aulas.

Chegando mais para o final do ano, eu estava dando muitas palestras, cada semana estava em um lugar diferente, em estados diferentes. Além disso, tinha o Help4Papers, meu trabalho, tudo acontecendo ao mesmo tempo!

E foi aí que chegou o meu burnout. Indo para Fortaleza, eu realmente dei um pane e não queria embarcar. Queria só fugir do aeroporto e voltar pra minha casa. Não queria mais viajar, ir pra evento, nada. Depois de muito pensar e me acalmar, lembrei que não costumo voltar atrás naquilo que me comprometo e fui para o evento. Mas isso me fez pensar em muitas coisas da minha vida. E decidi dar uma acalmada… Não marquei mais nenhum evento, mantive uns poucos que eu já tinha me comprometido. Mas decidi descansar um pouco… Meu cérebro e meu corpo precisavam de um descanso.

Então se eu não fui pra algum evento, não quis me comprometer com uma palestra nova, ou não ir pra um evento, o motivo foi esse. Foi um processo bem complicado e desgastante. E pra mim doeu muito ter que dizer não para várias palestras.

E durante todo esse processo, foi importantíssimo eu continuar fazendo Taekwondo. Esse ano, cheguei a faixa verde e estava quase deixando ele de lado, quando tive a crise de burnout. Nesse momento, vi como uma atividade física é muito importante para a nossa saúde não só física, mas mental. Obrigada a toda a equipe do Espaço Boreal e ao meu mestre Tiago Rodrigues pelas aulas suaves e divertidas sem esquecer toda a filosofia do taekwondo.

Apresentação de final de ano do Espaço Boreal

Ufa…. tá chegando o final do ano… E acabou? ÓBVIO QUE NÃO!

Um dia depois do Natal, eu finalmente lancei meu aplicativo!

Venho há 4 anos desenvolvendo um aplicativo para ajudar no controle da diabetes. E estava há muito tempo só eu usando, por medo de lançar. Mas decidi parar com medo e lançar! Prometo escrever um post só sobre ele e como foi todo o processo de tirar ele do papel, mas garanto uma coisa… Não foi NADA fácil! Nadinha… Mas eu consegui lançar e fiquei muito feliz com isso!

E acabou? Ainda não! Faltou contar do Help4Papers… Se você chegou até aqui, prometo que é rapidinho e que depois acaba de verdade rsrs.

O Help4Papers começou no começo do ano, junto com o Lucas e o Felipe, com a proposta de dar feedback para as pessoas que palestram. Essa ideia surgiu com a minha experiência em não receber feedback mais completos das pessoas que assistem as minhas palestras, e por isso, decidi ajudar as pessoas com isso. Mas ao longo do ano, a proposta foi mudando…

Hoje eu estou sozinha com o projeto, já dei um workshop, chamado "Expressão para o mundo!" para ajudar as pessoas a vencerem seus medos e começarem a se expressar para o mundo.

Quem participou do workshop Expressão Para o Mundo!

Já fomos também a eventos, para fazer dinâmicas, dar mentoria e gerar reflexão para as pessoas.

Além disso tudo, hoje o projeto está com uma outra proposta… Transformar a forma que as pessoas se comunicam, mostrando quem elas são para o mundo! Já tivemos uma mentoria com 7 pessoas para ajudar nesse processo de vencer a timidez, e isso é só o começo!

Para o próximo ano, vem novidade por aí! Um curso para ajudar você que é tímido, que acha que não consegue falar em público, que acha que não consegue passar suas ideias para frente e se comunicar de forma efetiva! Aguardem novidades (se inscrevam nessa lista, para receber essas novidades em primeira mão!)

Ufa…. Agora sim! O ano acabou…. e a lição que restou dele é só:

FAÇA! EXECUTE! TIRE DO PAPEL!

E SE TIVER MEDO… VÁ COM MEDO MESMO!

E que venha 2019 🚀🚀🚀🚀

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Fernanda Bernardo

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